Como a sociedade do cansaço nos afasta do nosso planejamento reencarnatório 

Silenciar, desacelerar, viver o hoje. O tema da palestra da psicóloga Ana Tereza Camasmie neste sábado, dia 22, no 8º Congresso Espírita do DF, buscou, como a própria palestrante definiu ser sua proposta no movimento espírita, ajudar a ampliar nossa consciência. “Doutrina Espírita é para acordar. Quanto menos  consciência, mais restritas ficam as nossas escolhas”, iniciou. 

A sociedade do cansaço, segundo ela, é o que define o nosso momento evolutivo. O cansaço leva ao consumismo, numa busca incessante para sair do estado de sofrimento. A ideia de que precisamos ter excelência no desempenho é o que, nesse movimento, acaba definindo nosso valor pessoal. “Eu recebo, não só no atendimento fraterno, mas em meu consultório, inúmeras pessoas que sofrem porque seu desempenho não foi considerado o máximo”, afirmou. Isso acaba por gerar comparações danosas com aqueles que desempenham muito bem os papéis sociais, como de pai, mãe, profissional etc. As redes sociais contribuem para gerar culpa naqueles que não conseguem seguir esse padrão de perfeição. 

Focar no necessário

Camasmie alertou para como essa forma de ver a vida produz deprimidos, jovens que não querem ir para a vida adulta, pressa, desespero de viver e de dar certo na vida. “A gente acredita que existe um script que, se o cumprirmos, seremos felizes. Só que não. Não existe receita de felicidade”, sublinhou. Ela citou a questão 922 de O Livro dos Espíritos, na qual Kardec pergunta aos mentores o que é felicidade, e eles respondem: a posse do necessário. Mas como discernir supérfluo de necessário? 

Segundo a palestrante, a receita para driblar a sociedade do cansaço é descobrir o que é necessário, ter consciência tranquila e fé no futuro. Por isso, ela questiona sobre o que é preciso para nos sentirmos bem na vida. Observar nosso planejamento reencarnatório, especialmente com relação à família em que encarnamos, é uma forma de conexão com nosso objetivo de evolução. 

O papel da família 

Ana Tereza citou a família como base para a reconstrução dos conflitos de vidas passadas. Ela salienta que a reencarnação só fluirá se nos colocarmos exatamente no papel que nos foi destinado nesta existência. Neste sentido, é preciso estar inteiro na vida, estar presente, e, a necessidade de ser perfeito impede esse movimento. “Eu me comparo com tanta gente, tenho que ser tão sensacional, que não consigo ser eu. Precisamos separar o que é expectativa externa do que é nosso planejamento reencarnatório”. A pergunta mais importante seria então: O que é mesmo que eu vim fazer nessa vida? 

Para Camasmie, enquanto estamos ocupados buscando “salvar” os entes da nossa família, significa que ainda não nos dirigimos para nosso próprio projeto pessoal. Ela foi categórica: “Ninguém reencarna para salvar a vida alheia. Precisamos uns dos outros, mas não vale chegar no final da encarnação e dizer para o mentor espiritual que não foi possível viver a vida porque estávamos salvando a mãe, por exemplo”.   Para concluir, Ana Tereza reforçou a importância de silenciarmos a mente para conseguirmos nos conectar com nosso progresso pessoal.

Por Ana Cristina Sampaio.

Fonte: FEDF

Deixe um Comentário