“Se há uma coisa que te deixa doente, fisicamente, é a mágoa, é a lembrança infeliz que você carrega como um cadáver que você levasse debaixo do braço”. (*)
Por alguns segundos, apenas a voz de Mayse Braga se fez presente no auditório Bezerra de Menezes no dia quatro de fevereiro de 2023. Um súbito apagão deixou em completa escuridão a plateia que, ainda assim, a ouviu seguir adiante, sem o auxílio de microfones, sua palestra sobre Ideias Invasoras. “Até parece que escuro é algo que desconhecemos. Se hoje buscamos a luz, em vidas passadas, com certeza, não só vivíamos a escuridão dos caminhos, mas ainda queríamos que os outros caminhassem no escuro também”, afirmou Mayse, logo que a luz voltou.
Com o auxílio de trechos do livro Nos bastidores da obsessão, psicografado por Divaldo Franco, do espírito Manuel Filomeno de Miranda, Mayse lembrou a história de uma família que sofreu grave interferência obsessora nos anos de 1937 e 1938. “Quantas vezes vêm à nossa mente ideias que não são nossas, que não são positivas, mas que são colocadas em nossas mentes?”, refletiu a palestrante, lembrando da grave obsessão que levou Judas Escariotes a trair Jesus Cristo e vendê-lo por 30 moedas. “Achavam que iriam usá-lo (a Judas) para fazer perder a tarefa do Cristo. Emmanuel contou a Chico (Xavier) que até os soldados que o chicoteavam eram atormentados por ideias mentais terríveis provocadas por almas obsessoras”, contou.
De acordo com a palestrante, muitos ouviram da boca do próprio Jesus Cristo os chamados do notório Sermão da Montanha e hoje, encarnados, têm mais uma vez a oportunidade de segui-los. “Se não nos consertarmos agora, quando o mundo precisa tanto de almas renovadas, dificilmente vamos conseguir estar nesse planeta por muito tempo”, alertou Mayse, lembrando que a Terra está em processo de evolução. “A Terra vai avançando”, pontuou.
Mayse lembrou ainda a necessidade de perdoar e de promover uma limpeza interior. “Ideias negativas que persistem em nós precisam modificadas. Antigas lembranças. Coisas que precisamos esquecer e que retornam, para nossa lembrança: mágoas. Meu Deus, se há uma coisa que te deixa doente, fisicamente, é a mágoa, é a lembrança infeliz que você carrega como um cadáver que você levasse debaixo do braço. Tudo isso precisamos vencer portas adentro do nosso coração”, conclamou.
Bem-humorada e alegre, a palestrante espírita solicitou prudência nos festejos carnavalescos e também em relação à vida financeira. “Se você não está desempregado ou ganha muito pouco, em geral, os problemas financeiros se resumem a ganhar X e gastar Y”, resumiu. Como exemplo da falta de necessidade do consumismo, Mayse Braga contou que Gilberto Freyre, um dos mais importantes escritores e sociólogos do século XX, andava pelas ruas do Recife, onde morava e era frequentemente abordado por vendedores. “Ele, na sua tranquilidade, respondia: não, meu filho, eu não quero comprar nada. Só estou olhando a sua vitrine e pensando em quantas coisas eu não preciso para ser feliz”, contou.
Assista a íntegra da palestra:
(*) por Ana Beatriz Guimarães, jornalista voluntária.