Nesse mundo cada vez mais egocêntrico, em que cada um “olha para seu próprio umbigo”, a Comunhão Espírita criou o Programa de Adaptação à Doutrina Espírita – PADES, uma roda de conversa na qual são compartilhadas experiências de vida dos participantes que queiram aliviar suas dores e angústias.
“Não tem o objetivo de ser uma terapia em grupo, mas sim, ser um campo de bênção, um espaço de fala e escuta fraterna, sem julgamentos e com discussões de temas contemporâneos sob a ótica consoladora da Doutrina Espírita”, explica Débora Moraes, uma das dirigentes do PADES. Ela conta que o Programa é a sua “menina dos olhos”. “Foi por onde comecei minha história na Comunhão, em 2011. À época, como assistida, o PADES tinha como dirigentes Ivo Rolim e Carla Daniela”, lembra com nostalgia.
Segundo Débora, a conversa que dura em torno de 90 minutos e não é engessada, ao contrário, é enriquecida com os relatos de cada um, fazendo com que se aprenda com a experiência do outro. Também não há necessidade de matrícula, nem nenhuma exigência de idade ou nível de escolaridade ou mesmo de conhecimento da Doutrina. É só chegar!
Débora Moraes
Missão de casais
O coordenador do PADES, Hebert Tavares, esclarece que há diversos temas sugeridos em sequência, embora o grupo não seja obrigado a discuti-lo, pois ao dirigente do PADES cabe a sensibilidade de discorrer sobre a necessidade do momento. “Muitas vezes, conseguimos tratar de temas correlatos, puxando para o tema da ideia central”.
Ser dirigente do PADES representa um enorme desafio porque “a tendência da pessoa que procura o Programa é voltar. Se isso não acontecer, não fomos acolhedores o suficiente”, avalia o coordenador.
Hebert e sua esposa, Enô de Souza, trabalham juntos no grupo presencial das terças-feiras.
Enô e Hebert
Até parece coisa de casal. O grupo de quarta-feira é dirigido por Tomaz e Nair da Rosa. Casados há 43 anos, são companheiros até nos trabalhos da Comunhão. Tomaz e Nair foram os primeiros dirigentes do PADES, onde permanecem até hoje. Ele considera que os benefícios vão de amparo e acolhimento ao esclarecimento da Doutrina Espírita.
“Para nós é um trabalho muito gratificante e enriquecedor e nos dá a certeza de que necessitamos seguir cada vez mais os ensinamentos de Jesus, amando e servindo”, estima o casal Tomaz e Nair.
Tomaz e Nair
Lidar com as dores do outro é lidar com a própria dor
O PADES foi criado em 2005 por Germana Carsten, atual diretora de Arte e Cultura, como uma interface entre o Atendimento Fraterno e o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – ESDE. “As pessoas chegavam à comunhão sofridas e não assimilariam a teoria com muito conteúdo do ESDE, então pensamos em uma orientação estendida, onde era possível falar das dores. E lidar com as dores do outro é lidar com a própria dor”, considera Germana.
Ela lembra que a primeira turma teve Walmirene Brito como dirigente. A segunda turma foi dirigida por Ivo Rolim. Lembra também do modelo original oferecia 20 minutos de teoria, depois o espaço era aberto para que os assistidos falassem de suas angústias e ao final havia a conclusão de 15 minutos com relação àquele tema. “Depois de um tempo, as pessoas eram encaminhadas serenas para o ESDE”.
Germana
Em 2006, na coordenação da Mocidade e do PADES, Luciana Coutto, atual titular da Diretoria de Estudos Doutrinários – DED e da Assessoria de Comunicação e Eventos – ACE considera que o PADES tem a alcunha de ser o abraço em forma de ensino do Evangelho e de temas diversos à luz do Espiritismo.
“Nosso intuito, desde que nos foi dada a missão da Coordenação – no passado – e agora como diretora dos Estudos Doutrinários é o de que as pessoas possam se sentir vistas e acolhidas nas suas mais diversas realidades, quer seja de uma simples curiosidade sobre a vida pós-morte ou no consolo de saber o que acontece com um afeto depois da morte ou na análise dos conflitos emocionais à luz da Doutrina Espírita.
Para ela, o formato circular tem o propósito de quebrar o sentido de hierarquia e de reforçar a ideia de pertencimento e acolhimento. Com a migração para o modo on-line, no momento da pandemia, essa escuta foi fundamental para que as pessoas sentissem a presença do consolo continuado nos seus lares.
“O PADES é o coração da nossa diretoria! A nossa identidade amorosa”, finaliza Luciana.
Luciana
O PADES funciona em três horários de modo presencial na sala 210 da Comunhão e on-line pelo link do zoom, a seguir:
Terças-feiras, às 18h, grupo presencial, dirigentes Hebert e Enô,
Quartas-feiras, às 18h, grupo presencial, dirigentes Tomaz e Nair, e
Sábado, às 17h, grupo on-line pelo zoom – dirigente Débora
* No mês de julho, apenas a turma de terça-feira estará disponível.
Os temas trabalhados estão disponíveis em vídeo no PADES da TV Comunhão e são:
Onde está Deus agora?
Ferramentas do Equilíbrio
Renovar não é uma opção
Jesus, me perdoa
Reclamar pra quê?
Morreu?
É amor!
Nasci na família errada
Como está seu casamento?
Você tem medo de espíritos?
O prazer de viver
Pessimismo ou otimismo?
É culpa do obsessor!
Melindroso, eu?
Desânimo
Ciúmes
A carne é fraca
Eu pedi para nascer?
Escolhi a pessoa certa?
Queria que meus filhos fossem perfeitos
Você Perdoa?
Orar, pra quê?
Acredite na vitória
Como me tornei um Espírito?
Anjos e Demônios
Um Comentário
Concita Varella: parabéns pelo ótimo resumo do trabalho gratificante do PADES.
Parabéns a todos encarnados e desencarnados que coordenam essa tarefa de acolher os mais necessitados.