O Segundo Seminário Acolher começou na noite dessa segunda-feira (20) com a palestra de abertura “Acolhimento e Transformação” realizada pelo psicólogo José Carlos de Sousa. Nesta edição, o evento tem como tema “Na experiência da dor, encontrei a alegria” e acontece de forma virtual até sexta-feira (24), sempre a partir das 18 horas, com transmissão ao vivo no canal da Comunhão Espírita no Youtube.
Em sua palestra, José Carlos de Sousa, especialista em Psicologia Clínica, iniciou abordando o significado da palavra acolher, como pressuposto indispensável para a mudança, a evolução espiritual e a busca de transformação dentro da própria alma.
“A solução dos problemas está dentro de nós. Não é uma tarefa fácil. O acolhimento de mim mesmo vai me mostrar como eu me relaciono comigo mesmo. Como me relaciono comigo? Como vou acolher esse relacionamento? Tenho que jogar fora alguns aspectos? Tenho que me acolher integralmente?”, detalhou.
De acordo com o palestrante, autoacolhimento congrega reunião e consagração consigo mesmo, criando uma condição interna psíquica, emocional e espiritual que gera segurança para o sucesso na empreitada evolutiva.
Formando um acróstico com a palavra, José Carlos indicou algumas virtudes encontradas com as iniciais da palavra acolher:
A sugere amor e ação, a necessidade de uma atividade pautada pela amorosidade, que é fundamental;
C pode indicar coragem e caridade, não só uma doação para o outro, mas uma doação para si mesmo, olhando para as próprias necessidades;
O remete à oração como uma necessidade continuada, constante, diuturna que possibilita o contato com a espiritualidade;
L vem de livre arbítrio e de liberdade. Lembrar de que tudo é escolha individual. As ações devem vir do livre arbítrio, da vontade de mudar. As ações positivas não devem ser impostas cultural ou socialmente, mas sim serem resultados das virtudes desenvolvidas em cada existência;
H lembra da necessidade de humildade, principalmente, que é exatamente o contrário de uma postura egoísta em detrimento do outro;
E vem de escolhas relacionadas ao livre arbítrio. O acolhimento ampara a alma, que está conectada com os valores maiores da existência e da espiritualidade;
R lembra de reação. É preciso reagir às negatividades. Fazer restrição àquilo que é negativo para a plenitude. Nesse caso, ser proativo, ao contrário de reativo. Ao invés de ficar reclamando da vida, entender por que aqueles problemas estão acontecendo.
Segundo José Carlos, essas virtudes são indicativos importantes para a autotransformação. “Se quero me transformar, preciso fazer autocontato, autoconhecimento, e autoaceitação. O autocontato é um momento de recolhimento, para desenvolver uma capacidade de ter um contato consigo mesmo, por meio de reflexão ou de meditação. Para isso é preciso ter um olhar aprofundado, sem medo, no sentido de compreender o que está sendo visto. É o que vai nos levar ao próximo estágio, que é o do autoconhecimento. O que nos habita? O que temos internamente? Preciso conhecer o que tem dentro de mim. Tenho que olhar e aceitar o que está dentro de mim para poder me transformar. Daí vem a autoaceitação, por mais difícil que seja. Aceitação não é uma passividade, significa reconhecer o que há dentro de nós e perceber uma necessidade de transformação”, considerou o psicólogo.
Confira, abaixo, a programação:
Dia 21, terça-feira – Acredite: É Possível Não Sofrer, por Janete Reis
Dia 22, quarta-feira – Acolhendo a Minha Dor, por Dra. Márcia Leon
Dia 23, quinta-feira – A Busca da Espiritualidade Diante do Sofrimento, por Dr. Wesley de Oliveira
Dia 24, sexta-feira – Encontrando o Endereço de Si mesmo, por Júlio César de Sá Roriz
Assista, a seguir, à palestra de abertura completa:
(+) Matéria da jornalista Flávia Rocha.