A depressão como inverno da alma foi a metáfora que a expositora Márcia Sirotheau utilizou para falar sobre esse transtorno no 7º Seminário do Grupo Acolher, que recebe, nas noites de quinta e sexta, na Comunhão, os interessados em conversar sobre suas questões emocionais. A palestra foi realizada na terça-feira, dia 6 de junho, no salão Bezerra de Menezes, e transmitida ao vivo pelo canal da Comunhão no YouTube.
Márcia compara o momento em que tudo parece estar confuso em nossa vida com a estação do inverno, quando existe frio, desolação e sentimento de solidão. Para compreender como isso acontece, ela esclarece que em nossas múltiplas existências vivenciamos situações bonitas e desagradáveis, que fazem parte da nossa caminhada evolutiva. Porém, ao não recordarmos dessas vivências, acabamos por trazer dores espirituais que nos atingem como um inverno da alma. Acontece que serão essas dores as responsáveis pelo nosso aprimoramento moral.
“Às vezes, a depressão vem como esse tipo de dor. Ela mexe tanto com a gente que ficamos sem saber onde estamos pisando. E, no nosso imediatismo, queremos resolver essa dor. Esquecemos, então, de pensar nos tempos da natureza”, enfatiza. Segundo a expositora, essa é uma visão ilusória, pois, se nos apartamos da natureza, não compreendemos que experiências difíceis fazem parte da nossa trajetória.
Quando, portanto, queremos apenas desfrutar momentos de alegria, fatalmente sofreremos uma decepção, pois nossa realidade espiritual é a da impermanência. “Queremos que o momento bom dure para sempre. É a ilusão da permanência. E acabamos acreditando que o sofrimento também não vai acabar”, explica. Márcia cita a escritora espiritual Ermance Dufaux, que compara a felicidade a uma ostra: “A felicidade nasce do conflito, da luta para que a gente se transforme. Ela tem a ver com merecimento e esforço, não com sorte ou prêmio”. E acrescenta: o insucesso pode nos trazer coisas boas.
Por isso, afirma a palestrante, é importante reconhecer, acolher e redirecionar sentimentos. “Felicidade não é a satisfação das necessidades imediatas, mas a conquista de valores inalienáveis que nascem da luta diária”. Nesse sentido, ser feliz está relacionado ao alinhamento com nosso projeto reencarnatório.
Assista à palestra completa no link abaixo: