Com o intuito de esclarecer sobre os tratamentos e passes de desobsessão, a Diretoria de Atendimento Espiritual da Comunhão (DAE), responde a algumas perguntas:
O que é o passe de desobsessão? Para que serve?
Para falarmos sobre o passe de desobsessão, em primeiro lugar, convém esclarecer o que é obsessão. No Evangelho segundo o Espiritismo temos a seguinte definição: “Obsessão é a ação persistente de um Espírito mau sobre uma pessoa. Apresenta características muito diversas, desde a simples influência de ordem moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais”.
Nesse sentido, o passe de desobsessão visa tratar o encarnado e o desencarnado que estão em processo de adoecimento em virtude de uma obsessão. O encarnado recebe o passe que é a transmissão de energias psíquicas tanto do médium quanto do seu Benfeitor, a chamada fluidoterapia; e o desencarnado será atendido por meio do intercâmbio mediúnico onde será acolhido, ouvido, consolado e esclarecido, pelas diretrizes seguras oferecidas pela Doutrina Espírita.
Esse tratamento busca criar as condições para que tanto o encarnado quanto o desencarnado mudem seus pensamentos, atitudes e posturas frente aos fatos da vida que os aproximaram pela sintonia, e geraram o adoecimento.
Esse tipo de passe cura?
É muito difícil falar em cura em se tratando de processo obsessivo, pois isso requer o empenho e comprometimento do encarnado para mudança da conduta que o aproximou , pela sintonia, do desencarnado que o acompanha. O passe traz o alívio e o reequilíbrio das forças abrindo assim a possiblidade de reflexão e mudança nos pensamentos, nos hábitos, enfim em tudo aquilo que levou ao adoecimento. Nesse sentido, ele cria as condições para a cura que somente o próprio indivíduo poderá promover.
Vale lembrar que a profilaxia mais eficaz contra a obsessão é a do Evangelho. É praticar o bem e ser bom, como já nos disse Suely Caldas Schubert em seu livro Obsessão/Desobsessão.
Que tipo de problemas são encaminhados para esse passe?
Aqueles que apresentam processo obsessivo simples ou mais complexos e que trazem como queixas: problemas familiares, angústias, decepções, solidão, instabilidade de humor, medos e insegurança, insucessos, perdas severas, tentativa de suicídio, ideação suicida, traumas psicológicos, depressão, vícios, mediunidade em desequilíbrio, sentimentos de culpa, transtornos mentais. Esses são alguns exemplos das queixas que levam as pessoas a procurarem o tratamento pelo passe de desobsessão.
Por que ele é em salas reservadas?
Todo trabalho mediúnico requer um preparo do ambiente. Com o passe não é diferente. “As atividades do passe de desobsessão são realizadas sob condições especiais, na área dos fluidos e da energia, para que alcancem o êxito desejado, estão submetidas a muitas condições e circunstâncias, entre as quais a higiene local. Por essa razão, fazem-se recomendáveis os cuidados para que as reuniões onde ocorrerão o atendimento fraternal e de socorro tenham lugar em recintos reservados para esses misteres, em razão de serem providenciadas defesas e que sejam assepsiadas com frequência, liberando-as dos miasmas psíquicos dos enfermos de ambos os planos que para ali acorrem em busca de auxílio”, nos esclarece Manoel Philomeno de Miranda.
Quantas pessoas são atendidas por mês?
Em média atendemos 4 mil pessoas por mês.
Quantos grupos existem hoje para esse passe?
Hoje são 63 grupos atuando de domingo a domingo, sendo que de segunda a sexta-feira há grupos pela manhã, tarde e noite, sábado pela manhã e tarde, e no domingo somente a tarde.
Existe uma preparação especial para os médiuns? E para o público?
Existe sim. Os médiuns devem esforçar-se para manter constante atitude mental digna, principalmente no dia do trabalho, hábito da oração diária, leituras das obras de Kardec e obras complementares assim como outras obras espíritas recomendáveis; realização do Evangelho no lar.
Nos dias de reunião é preciso fazer uma alimentação leve; não usar fumo, álcool, carne e temperos excitantes, pois, como já nos ensinou André Luiz no livro Desobsessão, estômago cheio, cérebro inábil. O trabalho de passe requer pensamento atento, concentração para melhor sintonia com as esferas superiores que estão presentes para o auxilio aos irmãos necessitados ali presentes. Uma alimentação pesada dificultará esse processo gerando sonolência e dispersão de energias.
Quanto ao público, para que o tratamento dê um bom resultado, deve chegar mais cedo para acompanhar a harmonização no salão, enquanto aguarda ser chamado para a sala de passe, e, ali mesmo no salão, o tratamento já é iniciado. Manter o pensamento e atitude positivas, oração, vontade firme de alcançar as mudanças de hábitos necessárias para ter sua queixa solucionada, enfim estar aberto e receptivo para o auxílio que o mais Alto lhe proporcionará.
Por que alguns grupos usam luz azul e outros vermelha?
O aspecto da iluminação do ambiente onde esse passe vai ocorrer também tem que ser considerado, principalmente nos trabalhos noturnos. Para isso, vejamos o que nos diz André Luiz: para o atendimento de obsidiados e obsessores, um dos elementos utilizados é o ectoplasma fornecido pelos trabalhadores encarnados, e esse elemento é sensível à ação da luz comum. Por isso, é recomendado o uso de lâmpadas de 15Watts, nas cores azul, vermelha ou verde, que são mais suaves, objetivando não prejudicar a formação de medidas socorristas, mentalizadas e dirigidas pelos instrutores espirituais, como apoio nos recursos mediúnicos da equipe, além de evitar a dispersão da atenção das pessoas e facilitar a concentração dos membros do grupo.
“O passe é um ato de amor na sua expressão mais sublimada. É uma doação ao assistido daquilo que o médium tem de melhor, enriquecido com os fluidos que o seu guia espiritual traz, e ambos – médium e Benfeitor espiritual – formando uma única vontade e expressando o mesmo sentimento de amor “.
(Obsessão/Desobsessão, Suely C. Schubert, cap. 10)
Por Concita Varela.