Maria Tereza Carvalho é a atual diretora de Promoção Social da Comunhão Espírita de Brasília. Responsável pela Campanha Auta de Souza, ela nos conta sobre essa poetisa que escreveu sob a psicografia de Chico Xavier e o trabalho de promoção social desenvolvido por cerca de 300 voluntários da Comunhão.

Qual a história da DPS?

O trabalho de Assistência e Promoção Social da Comunhão começou em 1961, quando a sua primeira Diretoria foi organizada. A Diretoria de Promoção Auta de Souza tem como finalidade regimental acolher, amparar, assistir e promover, de forma planejada e sistematizada, gestantes, crianças, jovens, idosos, detentos, usuários de substância química, enfermos e famílias em situação de vulnerabilidade social.

A Diretoria é composta por mais de 300 voluntários que, de forma incansável e amorosa, apoiam de forma integrada cerca de 300 famílias em estado de vulnerabilidade, associando a ajuda material à espiritual, numa atuação preventiva, benemérita e educativa, visando valorizar o ser humano e promover o crescimento e a libertação espiritual do homem, finalidade primordial da Doutrina dos Espíritos.

Por que foi dado o nome de Auta de Souza às atividades de assistência social?

Nos primórdios da Doutrina Espírita no Brasil foi criado um movimento denominado campanha do quilo, na qual trabalhadores voluntários iam de casa em casa solicitar doações para compor as cestas que seriam distribuídas aos mais necessitados. Esse movimento, com o tempo, passou a se denominar Campanha de Fraternidade Auta de Souza, em homenagem a uma jovem poetisa potiguar nascida em Macaíba, no Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876 e desencarnada em 7 de fevereiro de 1901.

Auta de Souza, por intermédio da mediunidade límpida e fiel de Chico Xavier, nos oferta poemas repletos de beleza e de vida, nos convocando à generosidade e à caridade para com os sofredores muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade em geral, carecendo do nosso afeto e do pão de cada dia.

Hoje, muitas casas espíritas no Brasil têm este espírito como mentora dos seus trabalhos de assistência e promoção social.

O que mais te encanta na vida de Auta de Souza?

A presença caridosa e a capacidade de superação por intermédio da fé e da esperança. Auta vivenciou uma reencarnação de muitos sofrimentos desde a mais tenra idade, com perdas de entes queridos, seus familiares, de forma trágica. Com a saúde debilitada, viveu com simplicidade, convertia   o sofrimento em poesia de grande beleza e de cunho espiritual. Foi reverenciada por poetas como Olavo Bilac e Manuel Bandeira. Ensinava noções de religião às crianças, lia para adultos e os alfabetizava.

O que a promoção social na casa espírita significa para você e em que contribui para os voluntários que ali trabalham?

A promoção social significa uma oportunidade de aprendizado e autoiluminação.  Por intermédio da relação e do cuidar do outro, os voluntários são todos beneficiados. Podemos exercitar a educação de nossas emoções, desenvolver e cultivar sentimentos de compaixão e caridade.