Fundador de instituição humanitária conclama espíritas para a construção de um planeta melhor.
Um banho. A possibilidade de encontrar água limpa e sabão para lavar o corpo foi o suficiente para que mais de mil crianças se enfileirassem, no sul da ilha de Madagascar, costa sudeste da África. “Depois de limpas, elas ficaram em pé sobre finas esteiras de palha, peladas, enquanto as mães puseram-se a lavar suas roupas, verdadeiros trapos, que eram as únicas vestes que elas tinham”. O relato foi feito na tarde de sábado, cinco de agosto, pelo fundador-presidente da organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), Wagner Moura Gomes, na Comunhão Espírita de Brasília, durante a palestra “Fraternidade, a base do mundo de regeneração”.
As histórias de Wagner Moura ao lidar com refugiados, crianças desnutridas, órfãos e mulheres forçadas à prostituição levaram à pergunta: “será que estamos mesmo a caminho de um mundo de regeneração?”. Para o fundador da FSF, o caminho para a melhoria do orbe terrestre é a fraternidade e enquanto não nos responsabilizarmos uns pelos outros, não haverá planeta de regeneração. “Teremos que aguardar quantos milênios se não formos nós a nos unirmos? Se não conseguirmos olhar o outro como irmãos e compartilharmos não o que temos, mas o que somos”, conclamou.
Em um campo de refugiados, onde desenvolve o projeto “Nação Ubuntu”, Moura relatou a união entre voluntários de países e religiões diferentes para salvar crianças órfãs da República Democrática do Congo. Na região, assolada por grupos armados e operações militares constantes, o número de crianças sem pai e mãe é crescente. “Ali não tem espírita, católico ou evangélico. Somos irmãos e queremos trabalhar juntos pelo que é importante. O que é importante? Se você acredita em reencarnação, em comunicação com os espíritos, se você aceitou Jesus, se é ou não batizado? Não importa. O que importa é que somos humanos e que estamos ali juntos trabalhando pela humanidade”, relatou.
O fundador da FSF, invocou os ouvintes a atuarem para o surgimento do planeta de regeneração. “Pense, busque, reflita. Esteja engajado em melhorar a situação do Brasil, do mundo. Você pode fazer muito mais. Vocês já têm a força de querer fazer. Existe um movimento espiritual que aguarda a nossa migalha, a nossa pequena contribuição”, sugeriu. A instituição fundada por Wagner Moura atua em Madagascar, Moçambique, Malawi, na República Democrática do Congo, Senegal e no Haiti.
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Texto: Ana Guimarães